É bala, minha gente!
Toda terça era a mesma coisa! Uma hora dentro do ônibus, rumo à aula de educação física, cadeira obrigatória do meu curso de... Hã?! Música! Toda terça era a mesma coisa! Nove e meia da manhã eu pegava o velho Rio Doce/CDU... O destino era a Universidade Federal de Pernambuco! Toda terça era a mesma coisa! Naquela avenida interminável, chamada Caxangá, eu contava as paradas de ônibus, só para passar o tempo... E sempre perdia a conta! Toda terça era a mesma coisa... Toda terça, exceto "aquela" terça.
O tal coletivo ia vazio, como de costume... Não tinha sido coincidência a escolha das aulas naquele horário... Eu queria conforto... Ou melhor, eu queria menos desconforto e aquele horário era ideal! No meio da manhã, todo mundo já havia se movido de um lado a outro da cidade... Ou quase todo mundo... Quem ainda estava a caminho de algum lugar, com certeza, deve ter guardado aquele dia na memória, por semanas, meses, meu Deus, uma vida inteira!
Já estávamos na terceira ou quarta parada da tal avenida Caxangá... Sentada, olhava desinteressada o movimento da rua... O fluxo de carro, gente na calçada, as lojas do outro lado da avenida, os bancos... Opa! O que era aquilo???
Pela janela do ônibus vejo uma agência bancária, onde um carro da PM está freando desesperadamente em frente, cantando pneu... Como num filme policial, descem quatro agentes do carro... Era um assalto... Só podia ser! Desesperada olhei para todos no ônibus... Ninguém estaria vendo aquilo? Ninguém estaria preocupado com o tiroteio iminente? Só eu? O ônibus continuava parado no ponto, preso num engarrafamento... carro à frente, carro atrás... e do meu lado esquerdo os policiais, que agora colocavam as mãos na cintura... Não, não havia dúvida, era uma batida policial... Era um assalto e os soldados iam invadir a agência naquele momento...
Gritei, desesperada: É um assalto! E me joguei no chão do ônibus... E lá fiquei por uns 15, 20, 30 segundos? Não sei ao certo... Foi o tempo mais longo da minha vida... Aquelas pessoas me olhando, sem entender nada... Ainda retruquei: É bala, minha gente! Nada! nenhuma reação! Era um pesadelo, só podia ser... Meu Deus, meu Deus, meu Deus, esse trânsito que não anda, clamei - acho, até, que em voz alta!
Nessa hora senti, levemente, o ônibus se movendo... Deus ouviu minha prece... As pessoas ainda olhavam pra mim, até que me toquei que eu não escutara um tiro sequer... Nem confusão na rua... Nem gritos, nem sirenes... Nada! Exceto umas risadas que começam a ecoar dentro do ônibus... Levantei do chão devagar, já meio sem graça e olhei pela janela... O Banco ficava, agora, para trás... E a viatura policial também, com seus quatro heróicos agentes... Tentando conter uma fumaça que saía do capô do carro... Essa era a pressa dos rapazes... A possibilidade do fogo!
Salva de um assalto, não pude escapar das gargalhadas... Segui no ônibus pela interminável Caxangá, perdendo, como sempre, a conta de todas as paradas da Avenida... Morta de vergonha pela bala não disparada... Na próxima vez, grito: "é fogo"!
O tal coletivo ia vazio, como de costume... Não tinha sido coincidência a escolha das aulas naquele horário... Eu queria conforto... Ou melhor, eu queria menos desconforto e aquele horário era ideal! No meio da manhã, todo mundo já havia se movido de um lado a outro da cidade... Ou quase todo mundo... Quem ainda estava a caminho de algum lugar, com certeza, deve ter guardado aquele dia na memória, por semanas, meses, meu Deus, uma vida inteira!
Já estávamos na terceira ou quarta parada da tal avenida Caxangá... Sentada, olhava desinteressada o movimento da rua... O fluxo de carro, gente na calçada, as lojas do outro lado da avenida, os bancos... Opa! O que era aquilo???
Pela janela do ônibus vejo uma agência bancária, onde um carro da PM está freando desesperadamente em frente, cantando pneu... Como num filme policial, descem quatro agentes do carro... Era um assalto... Só podia ser! Desesperada olhei para todos no ônibus... Ninguém estaria vendo aquilo? Ninguém estaria preocupado com o tiroteio iminente? Só eu? O ônibus continuava parado no ponto, preso num engarrafamento... carro à frente, carro atrás... e do meu lado esquerdo os policiais, que agora colocavam as mãos na cintura... Não, não havia dúvida, era uma batida policial... Era um assalto e os soldados iam invadir a agência naquele momento...
Gritei, desesperada: É um assalto! E me joguei no chão do ônibus... E lá fiquei por uns 15, 20, 30 segundos? Não sei ao certo... Foi o tempo mais longo da minha vida... Aquelas pessoas me olhando, sem entender nada... Ainda retruquei: É bala, minha gente! Nada! nenhuma reação! Era um pesadelo, só podia ser... Meu Deus, meu Deus, meu Deus, esse trânsito que não anda, clamei - acho, até, que em voz alta!
Nessa hora senti, levemente, o ônibus se movendo... Deus ouviu minha prece... As pessoas ainda olhavam pra mim, até que me toquei que eu não escutara um tiro sequer... Nem confusão na rua... Nem gritos, nem sirenes... Nada! Exceto umas risadas que começam a ecoar dentro do ônibus... Levantei do chão devagar, já meio sem graça e olhei pela janela... O Banco ficava, agora, para trás... E a viatura policial também, com seus quatro heróicos agentes... Tentando conter uma fumaça que saía do capô do carro... Essa era a pressa dos rapazes... A possibilidade do fogo!
Salva de um assalto, não pude escapar das gargalhadas... Segui no ônibus pela interminável Caxangá, perdendo, como sempre, a conta de todas as paradas da Avenida... Morta de vergonha pela bala não disparada... Na próxima vez, grito: "é fogo"!
5 Já zoaram:
Tudo na vida tem seu lado positivo. Nesse caso, já não seria mais necessário o aquecimento antes de sua aula de Educação Física!
Abraços
By Anonymous, at 3:21 PM
gargalhando alto, sozinha...eu até tô imaginando tua cara, entre o assoalho do ônibus e os passageiros incrédulos. beijoooossssssssssssss
By Anonymous, at 8:16 PM
Hahahahahah... Estou chorando de rir. Você sabe que todo mundo do ônibus ainda se lembra de você, né?
By Jussara Soares, at 12:41 PM
Razãooooooooo kd tu? Olha passei para deixar um beijão de feliz Páscoa, e dizer que Jesus vivo e que reina em nossas vidas está sempre cobrindo vc de bênçãos.
By Jannine, at 4:39 PM
hahahaha Essa é melhor que a primeira... Você certamente ficou na mente dessas pessoas que vao te espalhar mais que noticia ruim para que os amigos riam... bjs tenho uma de um gato frances que mora em madrid e ficou sem os cojones e depois...
By Anonymous, at 4:35 AM
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