Mico nosso de cada dia!

Wednesday, June 18, 2008

Minha amiga Zezé

Eu já estava há uns 15 dias no Rio de Janeiro... E entre umas saídas aqui e outras alí, já tinha conhecido um bocado de gente... Um amigo que apresenta outro, que apresenta um conhecido, que apresenta um vizinho, que apresenta uma ex-namorada, que apresenta um irmão e assim vai... e quando você vê, a sua lista de amigos cresceu... E você acha que já conhece todo mundo...

E foi assim, me sentindo a própria garota carioca, que saí pra passear naquela tarde... eu caminhava na Lagoa, já totalmente adaptada e familiarizada com aquele povo e aquela paisagem...

De repente eu a avistei... Andávamos em direções opostas... eu ia... ela vinha... e vinha em minha direção... sorridente, super simpática... ai, meu Deus, era alguém que eu conhecia... nome, nome, nome... como era o nome dela? Por que isso sempre acontece comigo?

Também não lembrava de onde a conhecia... Quem tinha me apresentado a ela nesses dias em que estava lá? A que turma ela pertencia? Se eu me lembrasse desses detalhes, talvez lembrasse o nome...

Tarde demais... já estávamos muito próximas... Ela continuava rindo, sempre simpática... mesmo na aflição de lembrar quem era, resolvi rir também e me antecipei na saudação...

- oi
- oi - ela respondeu
- tudo jóia?
- tudo bom?!

Foi o nosso diálogo... e continuamos nossos caminhos... ufa! tinha me saído bem... nem precisei lembrar o nome dela... foi um diálogo rápido... ela, provavelmente, também não estava lembrada do meu nome, pensei! Nos poupamos de um constrangimento...

Mas, curiosidade é meu sobrenome... e fiquei, durante todo o resto do dia, tentando me lembrar o nome daquela mulher tão simpática e de onde a conhecia... até que:

- Meu Deussssssssssssss!!!!! gritei, sozinha...

Eu lembrei de onde a conhecia... eu lembrei seu nome... Era Zezé Motta... Por isso que o rosto dela não me era estranho... merda! Será que ela achou que eu era uma fã enlouquecida? Não, não, não... falei com tanta naturalidade... Quem sabe ela também não me confundido com algúém? É isso... deve ser isso... A atriz está, até hoje, coitada, tentando lembrar meu nome e de onde me conhece. Zezé, fofa, relaxa!

Tuesday, June 03, 2008

Vou de Táxi

Era década de 90. Eu não lembro o ano exato. Nem o mês. Muito menos o dia. Mas, eram umas 4 da tarde e chovia. chovia muito, aliás. Estávamos saíndo da faculdade. A aula havia acabado mais cedo. E eu não via a hora de ir pra casa. É que em dia de chuva, adoro ficar deitada lendo ou vendo filme.

Mas, voltar pra casa de ônibus naquela chuva não ia ser uma tarefa fácil. Eu perderia todo o final da tarde. O trânsito deveria estar caótico - como sempre fica nesses dias, e não era um caminho curto. Da Universidade Católica, na Boa Vista, para o bairro de Boa Viagem - final de Boa Viagem, pra ser mais clara - era uma longa trajetória. Ainda mais pra quem andava no velho CDU/Caxangá/Boa Viagem. O "buzu" (lotado!) fazia questão de andar todo o centro do Recife.

Estava decidido, eu iria pra casa de táxi. Chamei Flavinha, minha amiga, eterna companheira de ônibus e vizinha de bairro.

- Yo, não tenho dinheiro - foi o que ela me disse
- mas, eu tenho. Você vem comigo.

E fomos em busca de um táxi, felizes da vida. Eu, porque chegaria em casa cedo. Ela, pela carona inesperada e gratuita. Em frente ao portão principal da universidade havia um ponto de táxi... E logo avistamos o "nosso"... aquele que nos levaria rapidamente para casa...

Atravessamos a rua e nos dirigimos para o veículo. Abri a porta, entrei, sentei...

- boa tarde, moço
- ...
- pra Boa Viagem, por favor...

Flavinha continuava do lado de fora, com uma cara estranha... Na dúvida ainda se entrava ou não... Um pé dentro do táxi, outro fora, me olhando meio atônita...

- Entra, Yo - eu disse

E ela entrou... E fechou a porta... O táxi continuava parado... Com certeza, o motorista não tinha escutado o destino....

- Oi moço, pra Boa Viagem...

E me virei pra Flavinha continuando algum assunto que conversávamos antes... Ela, ainda atônita... O motorista, ainda parado

- Ô moço, o senhor não ouviu não? pra Boa Viagem por favor

Até que o "moço" esboçou uma expressão qualquer - indefinida - e finalmente falou...

- Eu não sou táxi, não...
- ...

Olhei pra dentro do carro procurando o taxímetro... Onde estava? Só podia ter sido roubado... Não era possível... A ficha, então, caiu... Ai!

- É que...êr... hã... Eu pensei - gaguejei...
- Estou esperando meu filho - disse o motorista, apontado para uma escola

Em frente à universidade, não havia só um ponto de táxi, mas também um colégio... E aquele motorista era apenas um pai esperando pelo filho... Mas, por que raios ele tinha que estacionar exatamente no ponto de taxi?

Flavinha gargalhava... E eu acabei gargalhando também da situação... O motorista não ria... Acho que ainda estava nervoso com a invasão ao seu carro... Deve ter achado que era um assalto, coitado...

- Ô moço, desculpe - foi o que falei...

E ao sair do carro, ainda fiz uma última tentativa...

- Mas, por um acaso o senhor não está indo pra Boa Viagem, não né?

Não, ele não estava.


 
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