Um sorriso de Mattar!
Era 1993. Eu estava num shopping qualquer de Belo Horizonte, sem grana alguma. Último dia de viagem, esperando o tempo passar para ir ao aeroporto e voltar pra casa. Eu e Micha, a ruiva. Sentamos no meio do shopping, num desses banquinhos de praça, morrendo de fome e de sede. Dinheiro zero, lembram? Micha saca da sua mochila um pacote de biscoito. Era o que tinha sobrado dos "suprimentos" que havíamos levado para aquela viagem estranha.
- Não acredito que vamos embora dessa cidade enorme e não paqueramos ninguém - disparou a ruiva pra mim...
- é verdade - acho que a fome me impedia de falar mais... ou seria porque eu estava quase engasgada comendo os biscoitos à seco?
- Não vimos nenhum gatinho, um sequer
- é verdade
Eis que de repente, olho para meu lado esquerdo e lá está ele... lindo, maravilhoso... um gato. Ou melhor, O gato. Parado, olhando pra gente e rindo. Deus havia escutado nossas preces.
- Micha, não olha agora. Não olha, não olha. Tem um gato olhando pra gente e rindo!
A ruiva congelou do jeito que estava... com o biscoito indo à boca... e ficou assim, parada e falando entre os dentes, com a boca imóvel
- ai meu Deus... muito bonito?
- maravilhoso
E me virei de novo, disfarçadamente... quer dizer, tentando ser discreta - coisa que não é muito fácil pra mim... Ele continuava rindo... virei a cabeça rapidamente
- ai meu Deus, ele continua lá... acho que notou que estamos vendo
- aiiiiiiiiiii! E aí, o que a gente faz? Será que ele vem aqui?
- Quer oferecer um biscoito pra ele?
- Não, tá doida?
- Vou rir pra ele
- Não, agora, não... finge que não tá vendo... olha de novo
E ele continuava lá... parado, lindo, sorridente... Eu não tinha coragem de encará-lo... olhava rapidamente e me virava, nervosa, ansiosa...
Nos meus delírios de contos de fada e histórias de amor, imaginei o tal rapaz se aproximando, puxando conversa... imaginei o diálogo... imaginei as respostas inteligentes que daríamos...
- Ai, meu Deus, Michela, meu dente tá sujo de biscoito? e sorri forçado pra ruiva pra que ela fizesse a inspeção
- Não, tá não... e o meu?
- Não, também não....
Me virei mais uma vez.... ele continuava lá...
Me virei outra... e ele lá, lindo
Mais uma vez... e ele lá, alto
Outra vez... e ele lá, sorridente
Mais uma e... ele lá, parado!
Peraí... tinha alguma coisa errada... o que era aquilo? Ele estava imóvel... sorridente... do mesmo jeito... como desde o primeiro minuto que o vi... não, não era possível... mas... o que?
um segundo calada e caí na gargalhada!!!
Michela, ainda meio congelada com o biscoito suspenso no ar, começa me questionar
- ai meu Deus, o que foi?
- ... (risos)
- Ele tá vindo pra cá, é isso?
- ... (mais risos... nervosos)
- Pelo amor de Deus dá pra me dizer o que está acontecendo?
- ... (gargalhadas incontroláveis) - e finalmente respondo:
- Micha, pode olhar...
- posso?
- pode
- tem certeza?
- tenho
- Mas, ele não está olhando? não vamos dar muita bandeira?
- Tenho certeza que ele não vai se incomodar com isso...
E Micha se virou... se virou e olhou... se virou, olhou e viu! Aquele cara parado em frente a uma loja, lindo, alto, sorridente... aquele cara parado em frente a uma loja, lindo, alto, sorrindente, chamado Maurício Mattar... aquele cara lindo, alto, sorridente, chamado Maurício Mattar, em FOTO! Era uma foto... o tempo todo... Dessas recortadas e em tamanho natural... quase um modelo de papelão....
Ah, qual é... Muito fácil de ser confundida, ainda mais quando se está com fome....
A ruiva quis me mattar... ops, digo, matar!
- Não acredito que vamos embora dessa cidade enorme e não paqueramos ninguém - disparou a ruiva pra mim...
- é verdade - acho que a fome me impedia de falar mais... ou seria porque eu estava quase engasgada comendo os biscoitos à seco?
- Não vimos nenhum gatinho, um sequer
- é verdade
Eis que de repente, olho para meu lado esquerdo e lá está ele... lindo, maravilhoso... um gato. Ou melhor, O gato. Parado, olhando pra gente e rindo. Deus havia escutado nossas preces.
- Micha, não olha agora. Não olha, não olha. Tem um gato olhando pra gente e rindo!
A ruiva congelou do jeito que estava... com o biscoito indo à boca... e ficou assim, parada e falando entre os dentes, com a boca imóvel
- ai meu Deus... muito bonito?
- maravilhoso
E me virei de novo, disfarçadamente... quer dizer, tentando ser discreta - coisa que não é muito fácil pra mim... Ele continuava rindo... virei a cabeça rapidamente
- ai meu Deus, ele continua lá... acho que notou que estamos vendo
- aiiiiiiiiiii! E aí, o que a gente faz? Será que ele vem aqui?
- Quer oferecer um biscoito pra ele?
- Não, tá doida?
- Vou rir pra ele
- Não, agora, não... finge que não tá vendo... olha de novo
E ele continuava lá... parado, lindo, sorridente... Eu não tinha coragem de encará-lo... olhava rapidamente e me virava, nervosa, ansiosa...
Nos meus delírios de contos de fada e histórias de amor, imaginei o tal rapaz se aproximando, puxando conversa... imaginei o diálogo... imaginei as respostas inteligentes que daríamos...
- Ai, meu Deus, Michela, meu dente tá sujo de biscoito? e sorri forçado pra ruiva pra que ela fizesse a inspeção
- Não, tá não... e o meu?
- Não, também não....
Me virei mais uma vez.... ele continuava lá...
Me virei outra... e ele lá, lindo
Mais uma vez... e ele lá, alto
Outra vez... e ele lá, sorridente
Mais uma e... ele lá, parado!
Peraí... tinha alguma coisa errada... o que era aquilo? Ele estava imóvel... sorridente... do mesmo jeito... como desde o primeiro minuto que o vi... não, não era possível... mas... o que?
um segundo calada e caí na gargalhada!!!
Michela, ainda meio congelada com o biscoito suspenso no ar, começa me questionar
- ai meu Deus, o que foi?
- ... (risos)
- Ele tá vindo pra cá, é isso?
- ... (mais risos... nervosos)
- Pelo amor de Deus dá pra me dizer o que está acontecendo?
- ... (gargalhadas incontroláveis) - e finalmente respondo:
- Micha, pode olhar...
- posso?
- pode
- tem certeza?
- tenho
- Mas, ele não está olhando? não vamos dar muita bandeira?
- Tenho certeza que ele não vai se incomodar com isso...
E Micha se virou... se virou e olhou... se virou, olhou e viu! Aquele cara parado em frente a uma loja, lindo, alto, sorridente... aquele cara parado em frente a uma loja, lindo, alto, sorrindente, chamado Maurício Mattar... aquele cara lindo, alto, sorridente, chamado Maurício Mattar, em FOTO! Era uma foto... o tempo todo... Dessas recortadas e em tamanho natural... quase um modelo de papelão....
Ah, qual é... Muito fácil de ser confundida, ainda mais quando se está com fome....
A ruiva quis me mattar... ops, digo, matar!
0 Já zoaram:
Post a Comment
<< Home